quarta-feira, 17 de março de 2010

Cadeira de Balanço


Já a algum tempo, enquanto estava dirigindo por umas ruas residenciais ou quando passava a pé próximo a alguma residência, e via alguém de idade senil, sentada em uma cadeira de balanço aquilo me inquietava...eu passava a refletir sobre aquela postura: alguém sentado em uma cadeira de balanço, na varanda ou na garagem sozinho(a), olhando fixamente para algo, porém com o pensamento distante, a lembrar e trazer a memória suas experiências boa e ruins; aquela serenidade típica de quem já “VIVEU” mas que ainda está “VIVO”; a felicidade de estar vivendo aquele tempo em que se pode pensar na bonita família filhos e esposa que pôde ter, e perceber que valeu a pena literalmente falando todo o esforço empreendido; Ou então o desgosto de lembrar das oportunidades que foram jogadas fora e que lhe custaram muito sofrimento.
A quietude destas pessoas que se contrapõe ao vigor jovial, e ao ritmo frenético das pessoas que vivem em grandes metrópoles como São Paulo, me fazia sentir que a vida se me escoria pela mão.
Quando olhava este quadro as perguntas que me ecoarão na cabeça era: quando eu estiver nesta idade e, estiver sentado em uma cadeira, ou prostrado numa cama, estando com meu olhar fixo em algo, porém com meu pensamento em meu passado, o que estarei a me recordar?como me sentirei?qual será a oportunidade que a vida me reclamará por haver jogado fora?de quê irei me alegrar e dizer que faria tudo outra vez? Nestes momentos, havia sempre um texto de

Eclesiastes 12 :2-7 que me ocorria a mente:
“...antes que se escureçam o sol, a lua e as estrelas do esplendor da tua vida, e tornem a vir as nuvens depois do aguaceiro; no dia em que tremerem os guardas da casa, os teus braços, e se curvarem os homens outrora fortes, as tuas pernas, e cessarem os teus moedores da boca, por já serem poucos, e se escurecerem os teus olhos nas janelas; e os teus lábios, quais portas da rua, se fecharem; no dia em que não puderes falar em alta voz, te levantares á voz das aves, e todas as harmonias, filhas da música, te diminuírem; como também temeres o que é alto,e te espantares no caminho, e te embranqueceres, como flores a amendoeira, e o gafanhoto te for um peso, e te perecer o apetite; porque vais á casa eterna, e os pranteadores andem rodeando pela praça; antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cántaro junto á fonte, se desfaça a roda junto ao poço..”

Ao mesmo tempo que isso acontecia em milésimos de segundo em minha mente, eu passava a pensar que deveria me “Recordar de Deus, nos dias da Minha mocidade”,sendo feliz servindo-o. Nestas ocasiões e uma vozinha mansa ressoava dentro de mim e dizia: “se viveres para Deus serás inteiramente feliz”.
Quando me sentar nesta cadeira quero responder as perguntas assim: “eu vivi para ELE, por isso eu ainda sou feliz”.

Geovane Macedo dos Santos.

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